Essa palavra de Jesus que encontramos no Evangelho de João
pode ser usada definitivamente por qualquer cristão para justificar e embasar a
máxima: “Jesus é a Resposta” Mas para este que é ávido em declarar qual é a
resposta, será que ele sabe também dizer qual é a pergunta?
Para começar a pensar sobre isso vou citar um teólogo e
pastor alemão que admiro bastante, o nome dele é Dietrich Bonhoeffer, que certa
vez disse:
“São muitas as pessoas
à procura de um ouvido que as ouça. Elas não o encontram entre os cristãos,
porque eles falam quando deviam ouvir. Quem não mais ouve a seu irmão (ã),
em breve não mais ouvirá a Deus (...) Quem não consegue ouvir demorada e
pacientemente, estará apenas conversando à toa e nunca estará realmente falando
com os outros, embora não esteja consciente disso.”
Uma boa primeira pergunta é: Quem nós somos e onde
estamos hoje?
Talvez você já deva ter escutado que estamos vivendo numa era
chamada Pós-moderna marcarda por:
Um pluralismo relativista, onde todos os valores, princípios e crenças são
relativizados e há uma gama deles para escolher o que mais se enquadra ao
“gosto do freguês”;
Ênfase na vida privada ou privatização, onde meu espaço e o seu espaço
não extremamente delimitados e o que faço no meu não lhe diz respeito e
vice e versa, onde eu me fecho num ostracismo em relação ao outro meio que
me protegendo desse outro;
Secularização de todas as coisas;
Consumismo desenfreado, a máxima dessa característica é que hoje se
tem a necessidade de comprar aquilo que não preciso, com o dinheiro que
não tenho, para impressionar a quem não conheço;
Sociedade midiática ou ainda sociedade do espetáculo, sociedade
tecnológica, onde o descarte daquilo que já ficou antigo (apesar de ter
sido lançado ontem) é feito com muita tranquilidade.
Isso para nossa questão aqui é interessante, posto que nos aponta pra uma
geração muito diferente do que havia. Não é uma geração de avanço com
continuidade. Mas uma geração que tem necessidade de distinção, de ser
propositor, se desligando (rompendo) do antigo. Ser distinto é imperativo e assim nos
diferenciamos e nos constituímos em nações, tribos, grupos distintos.
Diferenciamos-nos como família, clã, nações, língua, riqueza, raça, gênero e
por ai a fora.
E a pergunta é: Como nós
vamos lidar com isso?
Temos que nos fazer algumas perguntas:
Há uma mutação ou é simples decurso natural do processo?
Há verdade que são imutáveis?
Há realidades comuns independente da época?
Como vamos enfrentar isso?
i. Negar a diferença?
ii. Não aceita-las? Algumas temos que não aceitar mesmo. RAÇA
– só existe a humana. GÊNERO – O mesmo Deus criou o homem e a mulher com mesma
glória, mesma dignidade.
Quero pôr mais “lenha na fogueira”. Nós estamos saindo da era
de Gutemberg, sendo que 50% do planeta ainda não chegaram nessa era sendo ainda
analfabetos! Falamos de compromisso com Deus quando as universidades O
questionam e questionam a religião, bem como o poder ou relevância dela, uma
vez que não podemos mais nos dar o luxo de um maluco dizendo que, em nome da
sua divindade, infiéis sejam eliminados e deflagre uma guerra atômica. Nosso arsenal atômico hoje é capaz de acabar com o planeta 20 vezes. O pensamento não é tão
ilógico assim! Para se evitar o fim, nós temos que acabar com o fanatismo, logo nós temos que acabar com a religião, logo nós temos que acabar com Deus.
E a pergunta é: Qual é a nossa capacidade de
dialogar com um mundo que tem essa lógica?
Já perceberam a quantidade de vezes que ouvimos sermões que
não pregam (falam) para ninguém? Pregamos como se uma porção de coisas fossem pontos
pacíficos, mas que hoje não são. Em contrapartida gosto do exemplo de como um
teólogo, pastor e filósofo Ariovaldo Ramos abordou o tema ESPIRITUALIDADE X FÉ
CRISTÃ numa palestra, ele começou:
“Espiritualidade é a busca por significado.” (não usou busca
por Deus, a priori se comunicou com todos, uma vez que todos precisam saber o
motivo pelo qual acordam todas as manhãs, trabalham, etc...). Continuou dizendo
que “o que sempre dava significado as coisas era a religião”. Identificou que
hoje as pessoas buscam significado fora da fé, e ponderou “será que isso é
possível?” E traçou uma diferenciação entre Ocidente e Oriente e mostrou que a
diferença estava no Pai Nosso como elemento de consciência civilizatória de uma
cultura em busca de igualdade. Creio que até você está interessado nessa
exposição... (rsrs) Mas veja! Era pacífico que religião dava significado, mas
houve todo um esforço pra que isso efetivamente fosse mostrado.
E a pergunta é: em meio a tantas “explicações” como
abordar a questão do mistério de Deus e do próprio de Deus?
Vamos responder a isso ou vamos viver em guetos de
sobrevivência? Assumir a realidade e dar respostas X Sobrevivência em “guetos
cristãos”
Vamos dialogar ou negar o que está acontecendo? Diálogo X
Negação
Num mundo marcado por perguntas, não admitem questão;
Temos agora os Apóstolos, Patricarcas, Bispos, Primazes, Papas e afins que, blindados por esses nomes, não admitem ser questionados – tem “palavra de
autoridade”
Apresentam um Deus longe, insondável, inteligível.
Dos teólogos, são basicamente duas posturas observadas:
FUNDAMENTALISTA CRISTÃO
CRISTÃO LIBERAL
Inquestionável
Abre mão de
valores/princípios da Bíblia
Não dialoga
Tem medo de ser
considerado obscuro e retrógrado
Unívoco
Tenta colocar Deus em
algum lugar (ainda tem qualquer coisa de fé).
Interessante é observar que Cristo não tem medo de pergunta –
ele nunca se esquivou de uma! Ele se sustenta em qualquer época porque tem
todas as respostas. Nós não temos que ter medo das perguntas, nem de explicar. Basta que conheçamos as perguntas e as respostas bíblicas.
Tenho uma proposta de
como lidar com tudo isso:
üAprofundar-se nas Escrituras;
üEscutar;
üPonderar pra entender: o que de Deus tem nisso ai? Isto é fazer uma releitura a realidade e tentar identificar o que de Deus tem nesta realidade:
oHoje temos uma comunicação fácil... Entenda o exemplo do Pentecostes
(Deus nos capacita para nos comunicarmos com o outro que precisa receber a
mensagem);
oMundo sem fronteiras anunciado hoje. Isto já se fez conhecer na tradição
cristã sob o nome “Comunhão de todos os santos” (Credo Apostólico)
üLevante questões (isso inclui se questionar também);
üResponda.
Não temos
que ficar com medo – Deus está conosco;
Não temos
que fugir disso tudo – Deus está conosco;
Finalmente,
não podemos tratar de tudo aqui, seria até bom, mas não temos o tempo
necessário. O importante desse dialogo é que alguém pode se virar pra gente e
dizer: “Não concordo com você, mas entendo (de verdade) suas razões” que é
diferente de “Não concordo com você, porque você é obscuro e não tem argumentos relevantes.”
Caro irmão e
irmã, o ser humano de toda geração estará sempre em busca de uma identidade, e
todas elas (pode estar certo disso!) poderão e serão encontradas em Jesus de
Nazaré, o Cristo de Deus.
95
PASTORES BATISTAS CARIOCAS FAZEM VERGONHA À DENOMINAÇÃO
Antes de tudo, quero dizer quatro coisas:
1 – Não foi a totalidade dos pastores
que participaram do “Manifesto dos Pastores Batistas Carioca” (clique nas imagens para amplia-las);
2 – Não está identificado (graças à
Deus!) em nenhuma parte do documento a sigla CBC (Convenção Batista Carioca) ou
CBB (Convenção Batista Brasileira), ou seja, não é um manifesto institucional
da denominação Batista;
3 – Esses pastores, os signatários
desse “manifesto” (os quais muitos eu conheço) tem total respeito da minha
pessoa no tocante aos seus ministérios, contudo a ação realizada fere (e
muito!) o que os irmãos, que se conhecem pelo nome de Batistas, vem defendendo
ao longo de toda sua existência – a separação entre Igreja e Estado;
4 – Fiz o scanner do panfleto do
“manifesto” editando os nomes dos pastores e do candidato em questão, pois aqui
não quero expor a ninguém (pastores ou candidato), mas tão somente a minha opinião.
Qual
foi meu espanto ao sair do culto de Domingo da minha igreja e receber à porta um
“Manifesto dos Pastores Batistas Cariocas”!
Nas
primeiras linhas pensei se tratar de algo lúcido e muito bem alinhado com a
nossa história caracterizada “pela defesa dos princípios que fundamentam a
sociedade ocidental (ampla liberdade de opinião e crença; nítida separação
entre igreja e estado; dignidade plena de todos os seres humanos; completa
lisura nos negócios e no trato das questões públicas e aplicação dos mais altos
preceitos éticos em todas as instâncias e ações sociais).” As aspas são porque
retirei do próprio tal manifesto.
Segue
o documento dizendo que não concordamos com o quadro de desigualdade, com a
qualidade da representação pública no município, com a situação da presença de
grupos armados em determinada áreas da cidade que coíbem os mais elementares
direitos da cidadania e que este não é o momento de nos ausentarmos, posto que temos
a atenção do mundo sobre nossa cidade em detrimento dos próximos eventos que
aqui se realizarão (Copa do Mundo e Olimpíadas). Até aqui estava achando o documento legal,
bacana mesmo até que me deparo com a seguinte frase:
“Lutaremos
para a melhoria da qualidade da representação política de nossa Cidade,
centrando nossos esforços em uma candidatura à Câmara dos Vereadores que reúna
qualidades indispensáveis, como:” (segue uma lista de virtudes). Finalizam essa
primeira parte do manifesto dizendo que esta é “a real vontade dos cristãos
desta cidade, chamados batistas” e subscrevem (para minha total tristeza)
vários e vários pastores que muitos eu conheço e sei do maravilhoso ministério
que possuem (não há ironia nessa minha declaração). Editei esta lista de signatários, mas é esta página ao lado.
E
finaliza o documento dizendo que “entendemos que o nosso primeiro projeto, como
um Movimento Evangélico de Apoio
Político é levar para a Câmera dos Vereadores...” o candidato “Xxxxx Xx Xxxxx”.
Meus
caros irmãos e irmãs, e em especial os que fazem parte dessa denominação me
digam: O que é isso que se apresentou aos meus olhos??? Não pude crer que li
uma coisa dessa vindo de um grupo Batista, muito menos cri como isso pôde ter
vindo de um grupo de pastores batistas. Motivos:
1º
- Isso caracteriza algo que por muitos e muitos anos, e ainda hoje macula e
prejudica a democracia do nosso país que é o famigerado “voto de cabresto”. O
voto de cabresto, para quem não sabe, é um sistema de controle de poder
político através do abuso de autoridade onde o indivíduo que tem influência
sobre um determinado grupo conduz a que essas pessoas votem no candidato que
eles querem. O que é este “Manifesto dos Pastores Batistas Cariocas” senão uma
tentativa (ou uma ação real) para a manutenção do voto de cabresto? Documento
que diz que é esta a vontade dos mais de 200.000 membros da denominação no
município do Rio de Janeiro. Isso pode tão somente ser expresso numa palavra:
manipulação; ou ainda uma expressão: “voto de cabresto”.
2º
- Pastores, meus irmãos e irmãs, são autoridades espirituais. Para àqueles que
possam estar pensando “Coitado desse que escreve este post, pois está indo
contra aos que os ungidos do Senhor fizeram” explico que estes homens,
pastores, foram ungidos para guiar o rebanho do Senhor no tocante as coisas
relativas ao Reino de Deus e não com relação a vida civil – eles não me
representam e não nos representam, enquanto membros da igreja, na vida civil
para fazer tal coisa.
A
Bíblia nos ensina a sermos políticos. Sim, ela nos ensina sim! Desde os tempos
profetas podemos verificar isso. Eles denunciavam: 1) a opressão, 2) a
exploração, 3) a miséria de muitos em detrimento da riqueza de poucos e 4)
também iam contra aos governantes que nada faziam em direção a resolução desses
problemas, dentre outras tantas questões. A Bíblia nos ensina o quanto nós devemos ser conscientes enquanto
cidadãos. Aos pastores, por sua vez, cabe ensinar aos membros que devemos ser políticos
(afinal política é a arte de promover o bem-estar social e a missão do povo de
Deus desde Abraão é ser bênção às nações, missão esta ratificada pelo evangelho
de Jesus de Nazaré), mas aos pastores não convém que sejam partidaristas atuando em favor de um partido “A” ou “B”, ou atuar em favor de um candidato “A”
ou “B”.
Mais
uma vez ressalto meu respeito a esses homens de Deus, e também ressalto que não
tenho nada contra (ou a favor) ao candidato apoiados por eles. É legítimo que
eles queiram apoiar um determinado candidato de sua preferência, isso é
democrático. Porém não lhes é lícito ou legítimo que falem em nome da
denominação e dos seus membros, pois para eles não foi outorgado tal autoridade
de falar em nosso lugar na vida civil, enquanto cidadãos.
Quero
crer que isso tudo tenha se tratado de um grande e infeliz equívoco que não
retrate as posturas futuras de nossos pastores do município do Rio de Janeiro. E estes pastores que realizaram estes manifesto espero que caiam em si e honrem a história da nossa denominação não realizando essa prática em suas igrejas.
Neste texto Jesus está dizendo aos seus discípulos para eles seguirem em frente fazendo discípulos, batizando... Ou seja, darem continuação ao seu ministério.
A missão é alcançar pessoas que são integrantes de nações seus discípulos de Cristo. É buscar-las na condição que eles se encontram: de integrantes da nação a qual pertencem.
Abordagem “criatura” (baseada em Marcos 16:15-16) ignora a identidade. Ignora que em si mesmo ela é uma universo próprio. Já a abordagem “alguém de uma nação” (do texto de Mateus) além de ter um universo próprio, este alguém representa um universo particular – uma nação. Chamamos tudo que este homem ou mulher representa e significa: membro de uma nação. O motivo pelo qual estou chamando a atenção a este detalhe você descobrirá a medida que ler as próximas linhas...
O que é Nação? É um complexo cultural de um determinado grupo de pessoas (povo)? E o que é cultura? “Um jeito particular de ser gente” como bem disse Rubens Alves. Nessa linha podemos dizer, então, que a conversão dessa pessoa é conversão dela e de tudo que dá significado para ela, ou seja, todo o contexto de sua cultura, sua nação.
Vou propor mais uma pergunta: Quando que sabemos que uma nação se converteu? Que marcas apresenta? Preste atenção, eu não me refiro a grupo de indivíduos, mas uma nação.
Sabemos quando um indivíduo se converteu certo? Tem Jesus como Salvador, o Espírito Santo está nele, o Espírito Santo passa a testificar com Espírito dele que é filho de Deus e, logo, ele assume os valores de Cristo. Mas, novamente, quando que sabemos que uma nação se converteu? A resposta é simples, quando a cultura dessa nação se converte.
Aqui, no Brasil, por exemplo, milhares e milhões se converteram, mas a nação não se converteu... porque? Cidades como o Rio de Janeiro em que já há praticamente uma maioria de evangélicos, principalmente se chegarmos nas comunidades mais pobres da cidade. Mas porque apesar disso o cenário social não muda, a violência não reduz, porque não vemos uma transformação (conversão) desses lugares?
A resposta é simples: Não há expressão da nossa cultura nos nossos cultos. Há pouquíssimo tempo, basicamente pra entrar nos nossos cultos, principalmente se falarmos das igrejas protestantes históricas tradicionais, tínhamos que praticamente sair do Brasil. E isso ainda se vê muito por ai... Usamos terno e gravata apesar do calor de 40ºC; cantamos hinos bonitos, lindos, mas não são músicas nossas, com ritmos nossos, com melodias nossas; fora que, muitas vezes, nossos púlpitos empregavam português castiço, antigo, algo como: “Oh, Soberano Deus estamos aqui de alma genuflexas, gratos pelo vitupério de teu Filho que nos outorgou a redenção de nossas almas”. Na boa: “genuflexas” (?) “vitupério” (?) “outorgou” (?) são palavras longe de serem palavras usadas nas praças, nas ruas, nas relações do dia a dia.
O momento que podemos dizer que a cultura está se convertendo é quando as expressões culturais, músicas, poesias, ritmo, maneira de falar que antes usadas para cantar as mazelas da vida, de uma vida vazia, começam a serem usadas para cantar as alegrias de uma vida com Cristo. Ai a gente sabe que uma nação se converteu, usamos a cultura para apresentar, adorar e anunciar Deus! A melhor coisa foi essa mensagem da graça recebida e não a forma, por isso podemos usar a nossa forma (e não uma forma importada dos países europeus e da América do Norte que nos trouxeram essa mensagem) para comunicar a mensagem.
Um homem virou pra um Pastor e disse que não acreditava em Deus por causa do mal.
Ao que este pastor respondeu: “É? Pois eu acredito em Deus por causa do mal!”
O homem estranhou e perguntou: “Como assim, você acredita em Deus por causa do mal!?”
O Pastor: “Sim, acredito. Me diga: O mal tem limites? Limite moral? Limite ético? Limite da Lei? Limite da vontade das pessoas?”
O homem: “Não...”
“Então porque o mal não tomou conta de tudo?” Perguntou o pastor.
“Não sei!” Respondeu o homem.
“Que bom, mas eu sei”, respondeu o pastor. “Quem faz isso é uma pessoa e a Bíblia fala que é Deus.”
Por muito tempo foi dito que a nossa cultura brasileira (uma mistura de europeus com forte influência africana e indígena), não serve, “nossa cultura é do demônio” - diziam. Mas se esqueceram de dizer que o demônio não cria nada! Deus é criador de todas as coisas. O Diabo no máximo pode querer torcê-las, mas Deus é o Criador de todas as coisas visíveis e invisíveis.
Vamos pegar essa alegria que nasceu dessa fartura de músicas, de ritmos, de instrumentos e reconhecer que tudo que tínhamos era Deus mostrando como gostava de nós, mesmo sem nós O conhecermos! E agora, cientes disto (desse amor que Deus tinha por nós quando nós ainda estávamos longe dEle), vamos usar essas coisas todas pra dizer o quanto nós amamos a Deus e o quanto agradecidos somos a Ele!
O cenário do capítulo 05 é interessante e dramático: o anjo pergunta quem é digno de abrir “O Livro” em resposta tem um silêncio de todo o universo – ninguém se habilita e há choro por conta disso. De repente o Cordeiro pega o livro. E ai, o que vai acontecer??? Será que vai rolar briga? (rsrs) Não, ao invés disto os anciãos (justiça) e seres viventes (honra), depois milhões de anjos reconhecem e começam a louvar “Ao que está assentado no Trono...” pessoas de todas as línguas e nações louvam juntas – todo o universo chega para adorar e Cristo Reina todas as nações que já se converteram em suas culturas. E ai se esse louvor vai se dar com órgãos de tubos, ou pianos, ou harpas, ou vilão, ou violas, ou cuícas, ou reco-recos, ou tambores, agogôres, triâlugos – isso não importa! Toda a Criação louvará dizendo “Ao que está assentado sobre o trono, e ao Cordeiro, sejam dadas ações de graças, e honra, e glória, e poder para todo o sempre.” Amém e amém! Venha Senhor Jesus!
O post acaba praticamente aqui, mas se você deseja refletir de uma forma mais lúdica, mais agradável, achei esse vídeo de um grupo chamado “Servos, porém livres” (1987) que fizeram um disco de vinil (sim, na época era isso ainda, rsrs) em que uma das músicas se chamava “Salmo Brasileiro”. Confira que interessante é o questionamento deles expresso nessa música e fica meu convite para que nós nos juntemos a eles para louvar nosso Deus.
Leia uma das mais lindas orações já feitas e depois vamos pensar um pouquinho sobre ela:
Mateus
06:05 "E quando vocês orarem, não sejam como os hipócritas. Eles gostam de
ficar orando em pé nas sinagogas e nas esquinas, a fim de serem vistos pelos
outros. Eu lhes asseguro que eles já receberam sua plena recompensa. 06 Mas
quando você orar, vá para seu quarto, feche a porta e ore a seu Pai, que está
no secreto. Então seu Pai, que vê no secreto, o recompensará. 07 E quando
orarem, não fiquem sempre repetindo a mesma coisa, como fazem os pagãos. Eles
pensam que por muito falarem serão ouvidos. 08 Não sejam iguais a eles, porque
o seu Pai sabe do que vocês precisam, antes mesmo de o pedirem. 09 Vocês, orem
assim: ‘Pai nosso, que estás nos céus! Santificado seja o teu nome. 10 Venha o
teu Reino; seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu. 11 Dá-nos hoje
o nosso pão de cada dia. 12 Perdoa as nossas dívidas, assim como perdoamos aos
nossos devedores. 13 E não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal,
porque teu é o Reino, o poder e a glória para sempre. Amém”.
Esse com certeza, a semelhança do
Salmo 23 (abordado no post “O SENHOR É MEU PASTOR E MEU HOSPEDEIRO”), é um dos
textos mais conhecidos de toda a cristandade. Interessante ter em mente que no
texto correlato dessa passagem no Evangelho de Lucas 11:1-4 narra-se que essa
oração vem do desejo dos discípulos em quererem aprender a orar tal como Jesus
orava.
Isto é curioso, pois naquela época
quando um discípulo pedia ao seu mestre para que lhe ensinasse uma oração, esta
continha toda a cosmovisão (visão de mundo) que o mestre tinha. Ou seja, a
oração que o mestre ensinava carregava toda a sua concepção de idéias a cerca
da sua fé, da verdade que ele passava. É importante que tenhamos essa
informação em mente para fazer a leitura desse texto.
A outra característica notória da
oração é a forte presença da tradição do Êxodo (ou exodiana) veja que a oração contém
elementos da experiência do povo de Israel nos acontecimentos da sua libertação:
santidade cultual ao nome de Deus revelado a Moisés; reinado de Deus pela
aliança na terra entregue; vontade de Deus expressada pela Lei; o maná (pão)
diário dado no deserto; a presença de provações/tentações. Um apontamento do
comprometimento que Jesus tinha com essa tradição que pode ser usada como chave
de interpretação para esta passagem.
“Não sejam hipócritas”
(05-08) Jesus antes
de ensinar propriamente uma oração ele ressalta o fato de como uma oração deve
ser feita e, baseados no texto, podemos dizer que ele deve ser sobretudo algo
que carrega sinceridade, que realmente venha da intimidade, do coração daquele
que ora para o coração de Deus com total espontaneidade.
“Pai
Nosso” (09) É
maravilhoso nos apercebermos aqui da generosidade de Jesus. Sim, generosidade.
Ele que foi o que primeiro chamou Deus, que ao longo da história recebeu os
mais diversos nomes, de Abba (Pai) compartilha ou nos proporciona que tenhamos
o mesmo grau de intimidade dele com Deus e também o chamarmos de “Pai”. Por
isso é “Pai NOSSO” e não um “MEU Pai”. Por isso que o evangelista João (1:12)
diz “Contudo, aos que o receberam, aos que creram em seu nome, deu-lhes o direito de se tornarem filhos de Deus”. Jesus aqui nos dá o exemplo de
generosidade.
“Santificado
seja o teu nome” (09)
O nome de Deus é santificado quando usado não como magia* ou para promover a
opressão, mas para liberdade.
“venha
o teu Reino” (10)
Aqui é manifesta a vontade da construção do Reino, reino este o qual todo
discípulo e discípula de Cristo é embaixador. Reino que já está entre nós e que
se dará (se realizará) plenamente no porvir. Mas um Reino que se vive já
através de seus seguidores que devem procurar fazer a vontade de Deus aqui “na
terra como no céu”. Homens e mulheres que tem a fé que a vontade de Deus é
“boa, perfeita e agradável” (Cartas aos Romanos 12:2) para as suas vidas.
“pão
de cada dia” (11) Cristo
aqui aborda a providência divina, que na comunidade dos seus seguidores se dá
através do amor, da fraternidade através da partilha. Por isso que na igreja de
Jerusalém descrita no Livro dos Atos dos Apóstolos “não havia pessoas necessitadas” (Atos dos Apóstolos 4:34).
Aqui gostaria de
destacar esse pão que mais tarde aparece no ensino de Paulo sobre a Ceia (1ª Coríntios 11:28-30). Quando o apóstolo diz que “quem come e bebe, come e bebe para sua própria condenação, se não discernir o corpo do Senhor.” (29) este
corpo é a comunidade cristã, os membros que compõe a igreja de acordo com o
ensinamento anterior do capítulo 10:17 “Pois nós, embora muitos, somos um sópão, um só corpo; porque todos participamos de um mesmo pão.” A Ceia do Senhor,
realizada entre os irmãos de Corinto tinha se tornado um palco para ostentação,
um foco de discriminação e contrastes gritantes em que os mais abastados se
reuniam entre si para realizar verdadeiras comilanças a despeito de outros
irmãos, mais pobres, que não tinham o que comer e passavam fome. A falta de
amor, a falta de fraternidade, solidariedade entre os irmãos (o corpo, o pão)
gera fraqueza, doença e morte (no caso de Corinto literalmente) na Igreja.
“Perdoa
nossas dívidas” (12) Neste
momento Jesus evoca a Lei do Ano do Jubileu descrita no Livro do Deuteronômio 15:1-11, tradição que tratamos mais detalhadamente no post “A HISTÓRIA DA SALVAÇÃO E A MISSÃO INTEGRAL DA IGREJA”. E temos nesse ponto uma exortação a
prática do perdão mútuo.
“não nos deixeis cair em tentação”
(13) Neste novo
êxodo, a tentação é superada pela força do Espírito Santo, pela fraternidade e
comunhão “suportando [dando suporte, consolo, apoio] uns aos outros” (carta aos
Efésios 4:1-4). Aliado a este pedido segue outro bem semelhante: “livra-nos
do mal” ou do
maligno, como em outras traduções. Jesus, antes mesmo de dar início ao seu
ministério venceu o mal (ou maligno) por ocasião da tentação sofrida no deserto
(como relata Mateus 4:1-11). Ele venceu o mal que há no mundo (Evangelho de João16:33), é nele que encontramos força para vencer o mal.
_________
* magia - Quando pela manipulação de palavras e/ou coisas se alcança um favor de algo ou alguma coisa superior.
Este post se originou na time line da minha página no Facebook. Como houve reações interessantes a minha opinião lançada no Face, resolvi coloca-la aqui Blog também. Originalmente o post foi este destacado em itálico:
"Na boa, de certa forma me irrito com propaganda que vejo de candidatos que são pastores. Como um pastor, principalmente aqueles que tem um ministério ativo numa igreja, que (ja digo "a priori") tem um chamado para cuidar de ovelhas pode conjecturar em lançar candidatura? Como que imerso nas demandas da vida política ele conseguirá dar conta do seu ministério!?
Pra mim, esse tipo de coisa me indica no mínimo um desleixo com a vocação ou uma crise com a mesma. "Buscai primeiro Reino de Deus." -> isso em um ministério pastoral sério é pra ser levado muito a sério.
E outra, esse papo de "irmão vota em irmão" é extremamente alienante. Irmão consciente vota em candidato com propostas interessantes, relevantes e viáveis. Igreja é uma coisa e Estado é outra."
Uma das primeiras reações interessantes ao post foi de uma amiga que disse "esse "irmão vota em irmão" faz algum sentido quando significa o seu direito de votar em quem tem os mesmos valores e conceitos de sociedade que você e, portanto, defenderá os mesmos temas que você, que é um princípio desse modelo de democracia em que um grupo escolhe um indivíduo para representá-lo. Mas francamente, além da questão da vocação, sobre a qual concordo com você, nem acho que esses indivíduos tenham de fato os mesmos valores e conceito de sociedade que eu..."
Bom, realmente minha amiga conseguiu dar algum sentido a essa fórmula (do "irmão vota em irmão"), embora creio que ela não tenha sido concebida com esse refinamento para sua postulação e também penso que não seja utilizada com essa conotação, mas na verdade com intuito de simplesmente angariar votos dos fiéis. Contudo, de certa forma ela a justificou.
Sobre os valores, há valores que são inerentes, próprios e advindos da religião (da fé, e ai entenda isso de maneira genérica não só a fé cristã, mas outras tantas crenças existentes) os quais se deve defender e praticar na comunidade de fé. Mas estes valores não podem nortear o direito civil, pois da sociedade civil emana necessidades que demandam normas que as atendam. Temas que por vezes, como cristão, me dói pensar que a sociedade chegou num ponto de afastamento Deus (e nisto já estou expressando o fato de ser cristão) que o Estado tem que normatizar temas que antes não havia necessidade de normatizar. Mas, a despeito de minhas crenças pessoais, o Estado deve ser e permanecer laico e com essa mentalidade deve ser constituído o direito à todos.
Como evangélico, devo lembrar de como éramos tratados de maneira hostil ainda no começo do século passado. Para se ter uma noção a possibilidade de construir templos ou capelas com "cara" de igreja é recente para os protestantes aqui no Brasil na Constituição Imperial de 1824 afirmou o artigo 5º: "A religião católica apostólica romana continuará a ser a religião do Império. Todas as outras religiões serão permitidas com seu culto doméstico ou particular, em casas para isso destinadas, sem forma alguma exterior de templo". Sofremos muita perseguição por ter uma constituição baseada numa determinada religião "X" não é porque hoje temos uma "bancada evangélica" nas câmaras de deputados federais que devemos oprimir determinado grupo "A" ou "B" baseado em nossos valores cristãos. Devemos, sim, brigar pela perenidade/permanência de um Estado Laico que tanto nos fez falta quando nós, cristão evangélicos, éramos os perseguidos.
Neste final post serei até bem particular na minha fala, porque falarei com um cristão protestante batista. Sim, porque tenho certo orgulho numa particularidade que esta denominação teve na sua história de sempre defender (com raríssimas exceções) a separação entre Estado e Igreja. Por isso muitos de nós, quando ainda éramos denominados anabatistas, à época da Reforma e Contra-Reforma (Inquisição) morremos pois não tínhamos apoio e proteção de príncipes, reis ou de governantes pois se defendia que um devia seguir o seu caminho separado do outro.
Se o cristão deve fazer política? Sim, penso que sim! Política, como vemos no dicionário, é a arte de promover o bem-estar e, neste sentido o cristão e a Igreja tem que ser naturalmente políticos. Na sua relação com eleições o cristão, como um bom cidadão, deve ser bem cônscio na hora de votar. A minha questão específica aqui reside no fato de um pastor se lançar candidato, reflexão que se originou ao passar pela rua e ver um cartaz do candidato "Pastor Fulano de Tal" ao cargo de vereador. Penso que só se ele vier a pedir licença do ministério dá pra admitir uma coisa dessa (mas ainda não fico muito confortável com isso); Do contrário, repito o que disse no começo, ou há crise na vocação ou desleixo com a mesma uma vez que não há possibilidade de conciliar as demandas advindas da política com as demandas advinda da vida das ovelhas e da igreja como um todo.
Por fim, dou graças a Deus por viver num "Estado Democrático de Direito Laico" e poder compartilhar a minha opinião que pode muito bem divergir da sua e ambos devemos nos respeitar nas nossas particularidades e opiniões. E na minha defesa pela laicidade termino o post com Voltaire que disse certa ocasião "Posso concordar com nada com que dizes, mas lutarei até o fim pelo direito de dizê-lo".
Este link é de um texto de John Stott, lembro-me que retirei de algum site, mas não me recordo de onde, infelizmente. É um texto muito interessante em que ele expõe suas idéias a respeito do Reino de Deus que, para ele, é já e ainda não. Cheguei a muito resumidamente mensionar esse conceito em "SAL-VA-ÇÃO SALVAÇÃO, VAMOS PENSAR". Entenda porque em detalhes a proposta de Stott...
Neste post vou fazê-lo em tópicos para construção do
pensamento, não vou transcrever todos os textos, mas porei (como de costume) link
para o texto bíblico numa Bílblia on-line.
Vamos primeiramente ter algumas coisas em mente antes de
começar a escrever efetivamente para a construção do nosso itinerário.
Este primeiro
testamento era praticamente a única história escrita dos judeus;
Assim como Jesus expõe,
por ocasião da sua caminhada com dois discípulos à Emaús, Paulo via a obra
de Cristo como a culminação dessa “História da Pátria” que podemos dizer ser
uma “História da Salvação” ou ainda “Plano de Deus para a Salvação”.
Nosso
foco, em semelhança ao post “SAL-VA-ÇÃO, SALVAÇÃO, VAMOS PENSAR”, é alargar,
ter uma visão global/integral da mensagem bíblica como história da Salvação.
I – Bíblia de Gênesis a Apocalipses, uma história.
Não sou muito afeito a realizar uma
leitura sincrônica da Bíblia, mas uma coisa me chama a atenção. A Bíblia é um
livro que começa e termina com quase as mesmas palavras (com o mesmo tema, com
certeza) veja:
Na narrativa de gênesis, vemos a desobediência
destruindo (Gênesis 03:06) a boa ordem da criação. E ai temos o primeiro
fraticídio (04:08), a presença de bigamia (04:19), assassinato (04:23) e
por ai a fora;
Quando chegamos no capítulo 12 há o início de
uma nova história de graça e bênção (12:03) com a chamada de Abrão. É a
graça de Deus lutando com o pecado para preservar o sentido original da
criação (que só se realizará plenamente na nova criação)
- Um parênteses aqui, só pra pensar numa coisinha... Segunda carta de
Paulo aos Coríntios (05:17) diz “Portanto,se alguém está em Cristo, é nova criação.” Interessante isso! Podemos dizer que
somos as primícias dessa nova criação, logo representantes dela – deste Reino
de Deus. Legal, não?
II – Abraão, com ele inaugura uma nova História da Salvação
A promessa recebida por Abraão e renovada com
seus descendentes aparece sempre com duas palavras: “bênção” e “nações”. A
primeira reação de nós, cristãos, ao lermos essa passagem é pensar que
esta bênção é Cristo (que irá nascer da descendência de Abraão), mas vamos
com calma... No pensamento hebraico e no contexto os termos são literais
e, em princípio, não devem ser (digamos) espiritualizados.
Bênção é o que chamamos de bem-estar, é a
shalom dos judeus, é a vida (Deuteronômio 30:19-20) abundante em todas as
dimensões e relações.
Nisto é interessante ver o comportamento
diplomático de Abraão resolvendo os litígios de alguns grupos na terra.
Gerando a paz e o bem-estar entre as partes. Mas sobre tudo há um momento
em que esse chamado de ser bênção às nações se realiza plenamente: estamos
falando de José.
III – José, a realização plena da promoção de bênção (bem-estar, paz)
para às nações
Com José no segundo cargo de mais importância
no governo do Egito (somente abaixo do Faraó) ele cria dispensas para
alimentar pessoas durante uma crise de desabasticimento;
A maldição atuou contra ele (quando foi
vendido como escravo pelos seus irmãos) porém Deus a transformou em
bênção;
Deus o chama para a “diaconia política”
(política, no dicionário é promover o bem-estar de todos);
Com José a promessa é cumprida literalmente e
do povo de Deus a vida das nações é conservada;
Uma
primeira conclusão: Compreender o
Evangelho (boa nova) segundo as Escrituras (no caso, 1º e 2º testamentos) é entedender como “bênção às nações”, ou simplesmente
ser uma bênção à todas as pessoas.
1)
Bênção espiritual – Fé na morte de Cristo;
2)
Bênção pessoal – Conhecer pessoalmente a Cristo;
3)
Bênção física e material – conotação da palavra bênção no hebraico.
Logo, evangelizar é chamar
pessoas a Cristo para perdão dos seus pecados e se incorporarem ao projeto de
serem bênção para as pessoas em seu redor (quer crente ou não).
Falamos
de Abraão, José agora daremos um outro salto e chegaremos ao Êxodo...
IV – Êxodo, a
História continua.
O Êxodo, de certa forma, pode ser usado como eixo de interpretação
para a Bíblia até o Apocalipse. Vamos trabalhar isso ao longo do texto.
Também serei cauteloso para não sair “espiritualizando” a questão.
O que foi o Êxodo? Uma libertação histórica integral de um povo oprimido
nas dimensões política, econômica, social, étnica e religiosa;
No êxodo, vemos surgir uma tradição, vamos nomeá-la aqui de
“tradição exodiana” do Ano do Jubileu (ou ano da graça de Deus), olhe como
ela se expressa:
- No livro de Levíticos 25:08-17 nos versos de 08-10 observamos uma espécie de Reforma Agrária;
- No Deuteronômio 15:01-11 se estipula que teriam que ser perdoadas todas as dívidas entres os
israelitas de tempos em tempos (pré-determinado em Lei). Isto evitava a geração de pessoas oprimidas (devedores oprimidos por credores) na prática era algo que evitava a proliferação de pobreza no meio do povo de Deus. A lógica, falando de maneira bem simples, era "eu um dia fui escravo e de graça Deus ne libertou, assim também não escravizarei quem me deve";
O ciclo de comemorações do Êxodo está presente em toda a mensagem
bíblica;
Os profetas evocam a todo o momento essa tradição do Êxodo.
V – Profetas,
portadores da tradição exodiana (ou tradição do Êxodo)
Cabe ressaltar aqui o que é um profeta. Profeta é aquele que denuncia o pecado do povo ou das autoridades do povo, anunciando as consequências que isso acarretaria a Israel. Profeta não é um adivinho, o futuro que ele anuncia é consequência lógica do não cumprimento da Lei de Deus. A Lei de Deus, se fosse levada a sério, fortaleceria o povo, mas, sendo ignorada este comportamento geraria opressão entre o povo, logo ele ficaria enfraquecido. Vamos ver aqui uma pequena demonstração da denúncia que os
profetas faziam em torno da não observação do Ano do Jubileu e do espírito
(essência) do credo e da tradição exodiana:
Essa
tradição de promoção do bem-estar (da shalom - a paz que não é simplesmente
a ausência de guerra, mas o bem-estar em todas as dimensões do ser humano) começa no Jardim do Éden, mas isto se perde com a desobediência. Para salvar o
homem Deus inicia um projeto em Abraão, projeto que avança nas conseqüências do
Êxodo, é sustentado pelos profetas, assumido por Cristo, e deve ser praticado
pela Igreja e se realizará cabalmente (por completo) no fim de tudo onde “não haverá maldição nenhuma” (Apocalipse 22:03).