
Se quando falamos de Ezequiel 28:01-19,
demos o título Orgulho “dos infernos”, para seguir uma mesma linha este post
aqui se chamará: Imprudência “dos infernos”. Agora vamos ver o porquê de levar
esse nome.
Estamos aqui com um texto que vai
do versículo 1 até o 11. O escritor bíblico está se dirigindo aos presbíteros (palavra
do grego que significa ancião, são os líderes da igreja) orientando-os a
realizar o ministério com o desejo vivo de servir, por boa vontade e não por
ganância. Em contra partida, também se dirige aos jovens para que estejam submissos
aos mais velhos.

Contudo, temos um contexto
interessante ai nesse texto que é a mensagem cristã com seu caráter subversivo
e a perseguição do Império sobre os cristãos.
“Jesus Cristo é Senhor!” Hoje
essa frase pode ser dita com tranqüilidade em qualquer parte do mundo onde haja
uma verdadeira liberdade de expressão, mas nos tempos da escrita desse texto a
situação é diferente.
A palavra para “Senhor” no grego é
Kyrios e somente aos imperadores esta palavra era empregada. Augusto é chamado
Theós kai Kyrios (Deus e Senhor), Nero se intitulou ‘o tou pantos kosmou Kyrios
(Senhor de todo o mundo). Domiciano arrogou-se o título de Dominus et Deus noster
(do latim, Senhor e deus nosso).
Dizer que Jesus de Nazaré, aos
olhos do Império Romano, um simples judeu é Kyrios, ou seja, Jesus é Senhor é algo
extremamente subversivo e que lesa a imagem do “verdadeiro (senhor)” – o imperador
de Roma.
Aqueles cristãos que eram flagrados
anunciando essa mensagem que “Jesus Cristo é Senhor” era presos e, se não renunciassem
a sua fé, condenados a morte no Coliseu – eram entregues aos leões.
Uma coisinha antes de fechar a
interpretação do texto: Diabo, como bem sabemos, pode ser traduzido por
opositor, inimigo, adversário.
Ou seja, no contexto que a igreja
vivia de perseguição, o escritor bíblico orienta aos líderes para que preste
bem atenção (sejam sóbrios), pois o Império Romano com seus soldados (o diabo)
que são inimigos (adversários dos cristãos) procuram uma brechinha, um vacilo,
uma fala errada para prender os crentes e joga-los aos leões.
Vamos a aplicação para nossos
dias? Hoje não temos problema nenhum em falar que Jesus é Senhor e podemos
dizer isso em qualquer parte do nosso Brasil sem sermos incomodados pelas
autoridades policiais. Mas então pra que nos serve essa interpretação hoje?
Um assunto que vemos a toda hora
na mídia – a questão de gênero, Projeto de Lei 122, direitos dos Homossexuais.
Somos testemunhas da maneira ofensiva com que determinados líderes religiosos estão
abordando o assunto atingindo pessoas, agindo com preconceito e, por infelizes
vezes, incitando até de certa forma a violência.
Podem tranquilamente, utilizando
o Direito Canônico, dizer do desagrado de Deus a prática do homossexualismo,
dizer que não foi/é plano de Deus; mas NUNCA poderiam atacar instituições de
apoio a causa homossexual ou a homossexuais. Como cristão, particularmente, um
ataque a estes não me soa nenhum pouco como uma atitude cristã, não vejo Cristo
falando as barbáries pessoais que líderes religiosos já falaram a respeito de
um determinado homossexual “A” ou “B”.
Bom, não quero aqui me aprofundar
nessa questão de gênero, não é este objetivo do post, mas vejam que por conta
deste descuido líderes religiosos são acionados judicialmente, presos, e
prejudicam o próprio Evangelho no alcance de toda a criatura.
Se fossemos atualizar esse
versículo diríamos “Prestem atenção! Sejam prudentes e cuidadosos quando
subirem ao púlpito ou pregarem pelas ruas, pois, aqueles que são contra a nossa
maneira de pensar e contra a vontade de Deus, procuram uma brechinha, um
descuido de vocês para os colocarem numa situação difícil e até mesmo
processa-los”.
Percebeu? Dei o exemplo de uma
questão atual no nosso país que é a questão de gênero, mas isso se aplica a
qualquer coisa. Não pratiquem essa “imprudência dos infernos”. Rsrsrs ;)
======= AINDA SOBRE O ASSUNTO =======
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