O Êxodo,
de certa forma, pode ser usado como eixo de interpretação para a Bíblia até o
Apocalipse. Este texto influencia muito não só os 3 livros seguintes do
Pentateuco, mas também os Profetas, a Sabedoria bem como o próprio ministério
de Cristo e de seus apóstolos. Em Dt 26,5-9 encontramos o que usualmente se
denomina de “credo do Êxodo” – uma profissão de fé do povo de Israel: “5 Então
vocês declararão perante o Senhor, o seu Deus: "O
meu pai era um arameu errante. Ele desceu ao Egito com pouca gente e ali viveu
e se tornou uma grande nação, poderosa e numerosa. 6 Mas os egípcios nos
maltrataram e nos oprimiram, sujeitando-nos a trabalhos forçados. 7 Então clamamos
ao Senhor, ao Deus dos nossos antepassados, e o Senhor ouviu a nossa voz e viu
o nosso sofrimento, a nossa fadiga e a opressão que sofríamos. 8 Por isso o
Senhor nos tirou do Egito com mão poderosa e braço forte, com feitos temíveis e
com sinais e maravilhas. 9 Ele nos trouxe a este lugar e nos deu esta terra,
terra onde manam leite e mel.”
O que foi o Êxodo? Uma
libertação histórica integral de um povo oprimido nas dimensões política,
econômica, social, étnica e religiosa.
No fato êxodo e suas consequências,
vemos surgir uma tradição que nomearemos aqui de “tradição exodiana” do Ano do
Jubileu (ou ano da graça de Deus), observe como ela se expressa:
- No livro de Lv 25:08-17, nos
versos de 08-10, observamos uma espécie de Reforma Agrária;
- No Dt 15:01-11 se
estipula que teriam que ser perdoadas todas as dívidas entres os
israelitas de tempos em tempos (pré-determinado em Lei). Isto evitava a
geração de pessoas oprimidas (devedores oprimidos por credores); na
prática, era algo que evitava a proliferação de pobreza no meio do povo de
Deus. A lógica, falando de maneira bem simples, era "eu um dia fui
escravo e de graça Deus me libertou, assim também não escravizarei quem me
deve";
- Ainda no Dt 15:12-18 versa
sobre a emancipação de escravos;
O ciclo de comemorações do
Êxodo está presente em toda a mensagem bíblica, mas a mensagem mais linda do
livro está na revelação do nome de Deus – “EU SOU”. A pergunta central é: “Qual
é o Deus verdadeiro?” A resposta que encontramos aqui é a mesma que aparece em
toda a Bíblia e na pessoa e obra de Jesus de Nazaré. Daí a importância desse
livro!
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