16/01/2015

ÊXODO - Parte 1

O Êxodo, de certa forma, pode ser usado como eixo de interpretação para a Bíblia até o Apocalipse. Este texto influencia muito não só os 3 livros seguintes do Pentateuco, mas também os Profetas, a Sabedoria bem como o próprio ministério de Cristo e de seus apóstolos. Em Dt 26,5-9 encontramos o que usualmente se denomina de “credo do Êxodo” – uma profissão de fé do povo de Israel: “5 Então vocês declararão perante o Senhor, o seu Deus: "O meu pai era um arameu errante. Ele desceu ao Egito com pouca gente e ali viveu e se tornou uma grande nação, poderosa e numerosa. 6 Mas os egípcios nos maltrataram e nos oprimiram, sujeitando-nos a trabalhos forçados. 7 Então clamamos ao Senhor, ao Deus dos nossos antepassados, e o Senhor ouviu a nossa voz e viu o nosso sofrimento, a nossa fadiga e a opressão que sofríamos. 8 Por isso o Senhor nos tirou do Egito com mão poderosa e braço forte, com feitos temíveis e com sinais e maravilhas. 9 Ele nos trouxe a este lugar e nos deu esta terra, terra onde manam leite e mel.

O que foi o Êxodo? Uma libertação histórica integral de um povo oprimido nas dimensões política, econômica, social, étnica e religiosa.
No fato êxodo e suas consequências, vemos surgir uma tradição que nomearemos aqui de “tradição exodiana” do Ano do Jubileu (ou ano da graça de Deus), observe como ela se expressa:
  • No livro de Lv 25:08-17, nos versos de 08-10, observamos uma espécie de Reforma Agrária;
  • No Dt 15:01-11 se estipula que teriam que ser perdoadas todas as dívidas entres os israelitas de tempos em tempos (pré-determinado em Lei). Isto evitava a geração de pessoas oprimidas (devedores oprimidos por credores); na prática, era algo que evitava a proliferação de pobreza no meio do povo de Deus. A lógica, falando de maneira bem simples, era "eu um dia fui escravo e de graça Deus me libertou, assim também não escravizarei quem me deve";
  • Ainda no Dt 15:12-18 versa sobre a emancipação de escravos;

O ciclo de comemorações do Êxodo está presente em toda a mensagem bíblica, mas a mensagem mais linda do livro está na revelação do nome de Deus – “EU SOU”. A pergunta central é: “Qual é o Deus verdadeiro?” A resposta que encontramos aqui é a mesma que aparece em toda a Bíblia e na pessoa e obra de Jesus de Nazaré. Daí a importância desse livro!

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