29/01/2015

CBB 2015 - Gramado Promete

Após discussão acalorada sobre a ordenação feminina em 2014, a OPBB seção Paulista trará a discussão sobre a forma de batismo para a sessão da OPBB Nacional em virtude da crise no abastecimento de água.

Pastores da OPBB seção Paulista estão convencidos que o batismo por aspersão deve ser aceito a partir de agora em todas as igrejas Batistas por consciência ecológica.  Contudo, alas mais conservadoras de Estados não afetados pela crise de abastecimento de água, sugerem que os colegas paulistanos criem soluções criativas como batismo no Rio Tietê. OPBB seção carioca teme que, em caso de negativa a proposta paulistana, tenha que realizar batismos na Baía de Guanabara. Pastor da Associação Leopoldinense declara que vem estudando a possibilidade de realizar o ato no valão da Av Oliveira Belo, porém, aponta que, se o nível do rio continuar baixando, terá que procurar outras localidades.

Até que tudo seja discutido, alunos da classe de novos convertidos estão sendo orientados a levarem pomadas para micoses e toalhas descartáveis caso situação não seja alterada.

#HumorVerdade #NotíciaIsentaDeVerdade

17/01/2015

ÊXODO - Parte 2

A História continua...
Com a entrada do pecado no mundo o ser humano gera uma das piores expressões de sua queda: a opressão da escravidão. A escravidão é um projeto de morte. O povo de Israel cresce, torna-se numeroso, o que gera medo de uma insurreição, logo a solução dos egípcios é simples – oprimir para conter a vida (1,09-11;15;22). Contudo, o opressor não consegue fazer com a vida sucumbisse e, através de mulheres valorosas, uma expressão da vida entra na casa do opressor (2,10). Isto ocorre porque, na contrapartida do projeto de morte pela opressão, há o projeto de Deus pela libertação. Deus, o grande Eu Sou (3,14), ouve o clamor do seu povo e responde saindo ao seu encontro. Fracassada a possibilidade legal e diplomática de uma saída em paz, Deus se utiliza da força para resgatar seu povo (6,1). Assim, o opressor é desmascarado em seus artifícios (8,14-15a; 9,11), ele até reconhece o poder de Deus (8,24-25), mas apela para violência (10,28) o que não adianta, pois a vitória final é dada por Deus ao seu povo (12,29-36). Deus estava se fazendo conhecer melhor não somente para o seu povo, mas para além dele e se utiliza de sinais miraculosos tanto para os de fora (10 pragas) como para o seu povo (travessia do Mar Vermelho, maná do céu, dentre muitos outros). Liberdade é diferente de libertinagem, por isso Deus estabelece as bases e as regras para esta nova nação (caps. 19ss) e lhes dá uma constituição (20,3-17). Interessante o cuidado em defender os pobres (22,20-26), da prática da injustiça (23,1-9).

·         Não podemos considerar a Lei como sendo algo que diz o que se pode o que não se pode fazer. Trata-la assim, nos levará a um legalismo sem vida. Para se pensar sobre a Lei pensamos em Deus - ele é criador de todas as coisas, logo ele sabe como tudo funciona, ele sabe como manter a ordem e a justiça. A Lei, então, procura ser este guia para ensinar a humanidade a ter discernimento, dando a nós uma orientação para a manutenção vida, da paz, da alegria, tornando-nos sábios (Salmos 19,11ss). Assim, a Lei é fundamental para que se tenha ordem, justiça e progresso em qualquer povo. Selecionamos algumas leis (fora “dos 10”) encontradas no Êxodo que nos têm uma utilidade bem prática para nossos dias:
  • Preceitos jurídicos acerca da proteção dos fracos (22,21-24) – interessante entender a fundamentação “pois vocês foram estrangeiros no Egito” (v.21). Observe que o comportamento social exigido não é justificado pela ideia de humanitarismo, mas pela lembrança da história de opressão vivida por Israel. Essa fundamentação se repete várias vezes no direito veterotestamentário (23,9; Lv 19,34; Dt 10,19);
  • “Amor ao inimigo” (23,4-5) – Bom, no mínimo, dado a presença de animais nos exemplos, tem-se a instrução de não deixar que inimizades comprometam o cuidado que se tem que ter com outros seres vivos. Mas o que temos de mais interessante é a conduta de honestidade e de cuidado cobradas em relação aos pertences de um inimigo. Essa passagem nos remete a Rm 12,1 “Não se deixem vencer pelo mal, mas vençam o mal com o bem”.
  • Direito dos animais (23,12; outras expressões em Dt 22,6; 25,4) – Sim, Deus se preocupa com o boi! O direito aqui proíbe explorar sem escrúpulos o animal que trabalha para o ser humano, ele tem que receber um tratamento adequado e digno pelo seu trabalho. Paulo, em 1Co 9,9 e ITm 5,18, remove a literalidade deste texto aplicando-o para o direito do trabalhador ao seu salário. Ok, está certo o Apóstolo; mas até que essa discussão em torno do direito dos animais hoje é bem “aquecida”.
  • Determinações legais para a preservação de processos justos (23,1-3.6-9) – Constatamos a importância do processo jurídico no Antigo Israel nesses parágrafos dedicados ao tema. Este texto é normalmente denominado como “espelhos dos juízes”, fornecendo normas de conduta. O acento pela justiça é notável; não se deve favorecer uma pessoa, mesmo que ela esteja numa condição inferior (v.3) nem limitar o seu direito (v.6), o que em geral representa um perigo maior. No verso 8 há uma critica de um câncer bem conhecido de nós brasileiros – a corrupção, inclusive no meio jurídico.


Estes são apenas exemplos de como o texto é relevante para discussões e debates atuais em nossa sociedade.

ESPELHO, ESPELHO NOSSO

Para entender este post leia a resportagem do Yahoo Noticias clicando aqui. Reportagem do Yahoo Noticias trás a informação de mais um novo partido político criado pelos dissidentes do partido "Rede Sustentabilidade" (que ainda nem saiu do papel) após Marina Silva apoiar no segundo turno das eleições o candidato Aécio Neves.

       A reportagem acima fala da criação de mais um partido político no Brasil com o nome provisório de "Avante". O Rede Sustentabilidade nem mesmo foi criado e já sofreu divisão depois de Marina Silva declarar apoio a Aécio Neves nas últimas eleições presidenciais. Bom, permita-me não comentar este apoio aqui neste post. Vamos em frente...
Vamos considerar que estamos diante de pessoas com boas intenções. A política no Brasil tá parecendo uma outra coisa que conheço aqui no Brasil (e tenho pra mim que não é só no Brasil não, mas viu me ater aqui).  Acontece que quando alguém pensa um pouquinho diferente acerca de um ponto doutrinal, ops (corrigindo), ponto de vista já cria uma nova denominação, ops (desculpa novamente), partido político a sua imagem e semelhança. Hum... nem sei se a premissa da primeira frase desteparágrafo é necessária...

    Bom,  mais um partido político com discurso de honestidade, sustentabilidade, responsabilidade e diálogo aberto (até que alguém comece a pensar diferente) será criado.

16/01/2015

ÊXODO - Parte 1

O Êxodo, de certa forma, pode ser usado como eixo de interpretação para a Bíblia até o Apocalipse. Este texto influencia muito não só os 3 livros seguintes do Pentateuco, mas também os Profetas, a Sabedoria bem como o próprio ministério de Cristo e de seus apóstolos. Em Dt 26,5-9 encontramos o que usualmente se denomina de “credo do Êxodo” – uma profissão de fé do povo de Israel: “5 Então vocês declararão perante o Senhor, o seu Deus: "O meu pai era um arameu errante. Ele desceu ao Egito com pouca gente e ali viveu e se tornou uma grande nação, poderosa e numerosa. 6 Mas os egípcios nos maltrataram e nos oprimiram, sujeitando-nos a trabalhos forçados. 7 Então clamamos ao Senhor, ao Deus dos nossos antepassados, e o Senhor ouviu a nossa voz e viu o nosso sofrimento, a nossa fadiga e a opressão que sofríamos. 8 Por isso o Senhor nos tirou do Egito com mão poderosa e braço forte, com feitos temíveis e com sinais e maravilhas. 9 Ele nos trouxe a este lugar e nos deu esta terra, terra onde manam leite e mel.

O que foi o Êxodo? Uma libertação histórica integral de um povo oprimido nas dimensões política, econômica, social, étnica e religiosa.
No fato êxodo e suas consequências, vemos surgir uma tradição que nomearemos aqui de “tradição exodiana” do Ano do Jubileu (ou ano da graça de Deus), observe como ela se expressa:
  • No livro de Lv 25:08-17, nos versos de 08-10, observamos uma espécie de Reforma Agrária;
  • No Dt 15:01-11 se estipula que teriam que ser perdoadas todas as dívidas entres os israelitas de tempos em tempos (pré-determinado em Lei). Isto evitava a geração de pessoas oprimidas (devedores oprimidos por credores); na prática, era algo que evitava a proliferação de pobreza no meio do povo de Deus. A lógica, falando de maneira bem simples, era "eu um dia fui escravo e de graça Deus me libertou, assim também não escravizarei quem me deve";
  • Ainda no Dt 15:12-18 versa sobre a emancipação de escravos;

O ciclo de comemorações do Êxodo está presente em toda a mensagem bíblica, mas a mensagem mais linda do livro está na revelação do nome de Deus – “EU SOU”. A pergunta central é: “Qual é o Deus verdadeiro?” A resposta que encontramos aqui é a mesma que aparece em toda a Bíblia e na pessoa e obra de Jesus de Nazaré. Daí a importância desse livro!

08/01/2015

GÊNESIS - Parte 2

Os dois primeiros capítulos de Gênesis são uma composição que procura mostrar a importância que o ser humano tem no projeto de Deus. O homem e a mulher são o ponto mais alto da criação (1,1-2,4a) e o seu centro (2,4b-25). São seres pensantes, criativos e livres, dado que foram feitos à imagem e semelhança de Deus, postos para administrar tudo que foi criado (1,26; 2,15). Rompendo com Deus o ser humano rompe com a vida, mas, pela graça, obtém uma sobrevida após o pecado e o domínio do mal. Vê-se que deixando de se submeter a Deus, o homem rompe a relação consigo mesmo, com a comunidade, com a natureza e com o próprio Deus; assim se instaura o caos (dilúvio) e a sociedade é levada a uma confusão. A despeito disto tudo, uma coisa permanece inalterada – Deus ainda acredita em nós! Por isso, temos uma geração de justos a partir de Set, a família de Noé salva e a vocação de Abraão. Podemos dizer que Deus continua apostando em sua maior criação – a humanidade, Ele está constantemente de mãos estendidas (Is 59,1-ARA) esperando que nos voltemos à para Ele e, “por amor a Cristo lhes suplicamos: Reconciliem-se com Deus” (1Co 5,20).
Quero aprofundar mais essa questão do ser humano rompe a relação consigo mesmo, com a comunidade, com a natureza e com o próprio Deus. Para isso gostaria que você refletisse neste quadro abaixo...
RELAÇÃO
NO INÍCIO
COM PECADO
JESUS
CONSIGO
Gn 2,25
Gn 3,7
Seguro de si - Mt 5, 21/Lc 4,32
COM O OUTRO
Gn 2,23
Gn 3,2
Amor - Mc 12,31
COM O MEIO
Gn 2,16
Gn 3,18
Domina a Natureza - Mc 4,39
COM DEUS
Gn 2,8
Gn 3,10
Deus é Pai - Mt 6,9/Jo 1,12

Mudando de assunto, dentre as promessas feitas a Abraão, quais delas tocam mais você e quais delas você acha que tem a ver com você? Para mim, a vocação de Abraão tem relação íntima conosco hoje! Desde seu chamado Deus separa um povo para ser bênção para todos os povos da terra. Quando chegamos ao capítulo 12 há o início de uma nova história de graça e bênção (12,03) com a chamada de Abrão. É a graça de Deus lutando contra o pecado para preservar o sentido original da criação (que só se realizará plenamente na nova criação). A promessa recebida por Abraão e renovada aos seus descendentes aparece sempre com duas palavras: “bênção” e “nações”. A primeira reação de nós, cristãos, ao lermos essa passagem, é pensar que esta bênção é Cristo (que irá nascer da descendência de Abraão), isto está correto, mas numa aplicação para o “chão da vida” lembremos que no pensamento hebraico e no contexto os termos são literais e, em princípio, não devem ser (a priori, digamos...) espiritualizados. Bênção é o que chamamos de bem-estar, é a shalom dos judeus, é a vida (Dt 30:19-20) abundante em todas as dimensões e relações. Quanto a isto, é interessante ver o comportamento diplomático de Abraão resolvendo os litígios de alguns grupos na terra, gerando a paz e o bem-estar entre as partes. Mas, sobretudo há um momento em que esse chamado de ser bênção às nações se realiza plenamente: estamos falando de José, que proporcionou suprimentos para que o mundo pudesse passar por um terrível período de escassez de mantimentos. A comunidade dos seguidores de Jesus é o Reino de Deus na terra, afinal o “Reino de Deus está entre vós” (Lc 17,21 ACF). O Reino de Deus é já (para hoje, agora), é projeto para transformar, restaurar, reconciliar vidas e realidades de homens e mulheres em todas as dimensões de suas vidas. Há vida após a morte, em Cristo, mas também há vida abundante/plena nesta vida, em Cristo.


06/01/2015

GÊNESIS - Parte 1

Começamos repetindo a frase de um famoso biblista brasileiro, Milton Schwantes, que dizia: “Gênesis é livro de horizontes”. De fato, por se tratar de um livro que aborda o tema das origens suas aplicações são profundas dado que no início, quando criou tudo perfeito, “Deus viu tudo o que havia feito, e tudo havia ficado muito bom.” (Gn 1,31). Algo interessante de se ter em mente ao ler esse livro é que seu objetivo não é tanto o dar uma explicação científica ou histórica sobre o passado, mas o de contar o passado para explicar a realidade que se vive no presente. O autor procura nos colocar em contato com o Deus eterno e revelar o significado sagrado do Seu Ser, Seu propósito e Seu relacionamento com as Suas criaturas conforme opera Sua santa vontade. Temos, neste primeiro livro da Bíblia, um apanhado de materiais diferentes que foram alinhavados; ou ainda, o Livro de Gênesis é como um velho baú, onde a família foi pouco a pouco guardando suas fotografias e objetos de estima. Fato é que a maioria desses materiais é atribuído a Moisés (o mesmo acontece em todo o Pentateuco), contudo, não se descarta a possibilidade de que numa edição tardia ter ocorrido acréscimos do editor a fim de dar fluidez na junção dos textos. IMPORTANTE! Nada disto desmerece a inerrância ou a inspiração do texto. Lembre-se de que a Bíblia é Palavra de Deus, escrita por homens inspirados pelo ES (II Pe 1,20-21).
Um “resumão” de Gênesis seria:
a)    Tudo que Deus cria é bom (1 e 2);
b)   Devido ao livre arbítrio, as relações se decompõem e a fraternidade é rompida (4,1-16), o que abre caminho para a vingança sem fim (4,17-24), a dominação (6,1-4), a desconfiança (12,10-20; cf. 20,1-8), a falta de hospitalidade (19,1-29), a escravidão (37,12-36); enfim, o mal entra no mundo e o afoga, salvando-se apenas uma família (cap. 4 à 11);
Há, porém, uma proposta de restauração através de um povo separado para ser bênção para todos os povos da terra (12,1-3). Assim vemos que podemos deixar de ser egoístas (13,1-18), aprendemos a perdoar (18,16-33; 33,1-11) e viver novamente a fraternidade (45,1-15).
Quinta-feira continua...