Primeiramente saibam do que estão falando! rsrsrs
Sinceramente não posso aceitar a demonização de "teólogos liberais". Atenção as aspas. Bom, em primeiro lugar é que esse termo vem sendo utilizado por inúmeras pessoas para abarcar um sem números de nomes de teólogos que apresentam temáticas, métodos, procedimentos, pressupostos totalmente diferentes uns dos outros para acessar, interpretar e aplicar o texto bíblico.
Já está gasto esse nome! Qualquer
um que não concorde com a ortodoxia particular já vira “liberal” – O que é o
teólogo liberal? Não existe “o liberal” como existe “o arminiano” ou “o
calvinista” que divergem entre si em questões pontuais específicas da fé
dogmática.
Querem colocar num mesmo saco Schleiermacher,
Dietrich Bonhoeffer, Jürgen Moltmann, Karl Barth, entre outros... Já até sobrou
para os teólogos latino-americanos René Padilha, Leonardo Boff e para o saudoso
Milton Schwantes, que nos deixou ano passado, o rótulo de “liberal”. Ah! Fica a
dica: não dá para colocá-los no mesmo saco não, isso só sublinha e reforça
ignorância sobre o tema. Pecado isso... julgar sem conhecimento...

Que há heresias em algumas dessas
produções? Ora, sim, é claro que há aquilo que você pode chegar à conclusão de
ser uma heresia! Assim como, na teologia tradicional, se você é um que entende
que o batismo deve ser realizado somente quando a pessoa chega ao entendimento
do que faz não vai aceitar o batismo infantil católico ou das igrejas de
teologia reformada (Calvinistas, Anglicanos, Presbiterianos entre outros). ISSO
É SÓ UM EXEMPLO, NÃO VOU DISCUTIR BATISMO AQUI NÃO, OK? Bom, mesmo que seja esse
seu entendimento, com certeza você não abrirá mão dos diversos e preciosos
conteúdos produzidos por esses irmãos. SIM, IRMÃOS! Deixe de ser exclusivista e
sectarista!
A busca pelo vinho novo, fez com
que há 495 anos um monge alemão tenha confeccionado umas tais 95 teses. Acaso
não poderia Lutero ser considerado um “liberal” por Roma? Como observou Thomas
Huxley "Toda verdade inédita começa como heresia e acaba como ortodoxia."
Questionem-se, informem-se! Com certeza, é
mais fácil rotular dessa forma o "novo", e só beber o velho vinho em
velhos odres. Mas devemos considerar que existe vinho novo em odres novos e, o
mais importante é que na essência ambos são vinho. Portanto que não se coloque
outra coisa diferente de vinho, busquem o vinho novo! Há teologia nova! Afinal,
o contingente nunca deu, nem nunca dará conta de dizer tudo sobre aquilo que
não se ponde conter e que é imensurável – o mistério de Deus!
Mas realmente, aviso, só pode
questionar e rever suas bases quem tem alicerces firmes na experiência pessoal
com Deus. Quem é simples “herdeiro gastão da teologia” não pode faze-lo dado
que vive e alimenta-se da experiência de terceiros. Todos somos herdeiros na teologia.
Herdeiros de Paulo, de Pedro, de Tiago, de todos os apóstolos de Cristo, bem como
herdeiros de Clemente de Roma, o outro Clemente, Orígenes, Agostinho, Tomás de Aquino,
John Huss, Lutero, Calvino, entre outros e mais recentes! Mas há quem é herdeiro aplicador,
procura se ocupar em realizar contribuições relevantes lança-se a busca do
vinho novo com humildade e dependência do Espírito Santo na dinâmica "transformem-se
pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar
a boa, agradável e perfeita vontade de Deus." (Carta aos Romanos 12,2)
Estes são aqueles que procuram estar “sempre preparados para responder a
qualquer que lhes pedir a razão da esperança que há em vocês” (1ª Carta de Pedro 3,15).
Tudo realizado com muita humildade e submissão ao Espírito.
Gosto de pensar, além dos textos bíblicos
citados, em duas frases. Uma que aponta para a busca que é do Pastor Ed René Kivitz
“Quem ama a verdade não tem medo de debater. O pior que pode lhe acontecer é
descobrir que está longe da verdade.”. A Segunda frase é de um que foi meu professor,
Alessandro Rocha, que disse “somos anões em ombros de gigantes” dizendo da
herança teológica que herdamos e da sempre pequena contribuição (anã) que
podemos realizar.
Aqui já saí a tempo da picuinha
“liberal x fundamentalista”, se é que de fato cheguei a abordar isso.
Mas ressalto a pequenez de quem não se permite ler antes de criticar. A estes
exorto humildemente, pois “responder antes de ouvir, é estultícia e vergonha.” (Provérbios 18,13) e aconselho que "examinai tudo. Retende o bem". (1ª Carta aos Tessalonicenses 5,21).
Está criticando porque leu um artigo de “um cara que entende muito”!? Na boa, é
você tão raso que não é capaz de produzir suas próprias impressões? Se leu "um cara que entende muito" muito bem, mas confira! Leia o autor criticado e seja você como os crentes de Beréia que receberam de Paulo e Silas "a mensagem com grande interesse, examinando todos os dias as Escrituras, para ver se tudo era assim mesmo" (Atos 17,11). Quer
criticar algum pensamento fale pensamento de quem, de quê, por que, qual base
(bíblica de preferência, sem texto fora do contexto como pretexto). Fundamente-se
antes de taxar alguém como “falso ensinador”!
Atualizem sempre as suas teologias e a todos vocês peço coro ao lema
da reforma:
“ECCLESIA REFORMATA ET SEMPER REFORMANDA EST”.