24/09/2015

A VIDA DE COSME E DAMIÃO

Olá, caro papai, cara mamãe!

Este post é para você que talvez não conheça a historia de Cosme e Damião e que, por isto, não sabe muito o que dizer aos seus filhos no próximo dia 27 de Setembro, dia destes santos, quando são distribuídos doces às crianças.
Bom, Cosme e Damião eram irmãos gêmeos que nasceram na Arábia e estudaram na Síria onde se tornaram médicos. Lá eles adquiriram um apelido curioso: “anargiros” que significa “inimigos do dinheiro”, isto porque eles exerciam a medicina de maneira graciosa sem cobrar nada aos pacientes. Esta prática logo fez com que eles ficassem muito conhecidos e, através disto, muitas pessoas escutaram a mensagem do Evangelho de Jesus Cristo, pois eles eram cristãos.
Isto tudo ocorreu quando o império romano estava sob governo de Diocleciano que imprimiu forte perseguição aos cristãos. Lísias foi enviado pelo imperador até a cidade de Egéia, cidade de Cosme e Damião, para refrear a propagação do cristianismo. Logo os dois irmãos foram presos, torturados e mortos por não renegarem a fé em Jesus e por não se prostrarem aos ídolos pagãos romanos. Isto ocorreu mais ou menos no ano 200 d.C..
Cosme e Damião tinham em mente a orientação de Ex 20,4-5 “Não farás para ti nenhum ídolo, nenhuma imagem de qualquer coisa no céu, na terra, ou nas águas debaixo da terra. Não te prostrarás diante deles nem lhes prestarás culto, porque eu, o Senhor teu Deus, sou Deus zeloso”. Foi por obedecerem a ordem de Deus e serem fiéis a Jesus Cristo que eles foram mortos.
É fato que existe uma diferença abissal entre adoração e veneração. É sabido que o catolicismo usa imagens para que seja venerada a memória de grandes exemplos do cristianismo como os irmãos Cosme e Damião, por exemplo. Contudo, o catolicismo popular degenerou essa prática transformando-a em adoração e realização de pedidos por interseção à estes santos irmãos diante de Deus.
Jesus foi bem claro quando disse: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, a não ser por mim.” (João 14,6) e Paulo é claro ao jovem Timóteo quando disse: “Pois há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens: o homem Cristo Jesus, o qual se entregou a si mesmo como resgate por todos.” (1 Timóteo 2,5-6). Interessante que Cosme e Damião não reconheceram outro a quem recorrer senão Jesus Cristo e se recusaram curvar diante de qualquer imagem de outra entidade. Mas hoje muitos pecam fazendo o inverso pedindo a interseção aos santos, conferindo-os uma autoridade que a Bíblia claramente não lhes atribuiu.
E os doces? Ah, esses são bons, mas fazem parte desta dinâmica “cristã” ilegítima, pois são a paga por promessas realizadas pela solicitação de interseção dos santos. Fica a pergunta: Se fosse possível perguntar aos ilustres irmãos Cosme e Damião se eles ficariam contentes com isto, quais seriam as respostas deles? Certamente que não ficariam felizes, pois eram zelosos observadores da Palavra de Deus e morreram por não colocar mais ninguém como intercessor pelas suas vidas.

Mas hoje podemos louvar a Deus pela vida de Cosme e Damião bem como pela vida de tantos outros irmãos e irmãs que deram suas vidas no passado e também nos dias atuais (nos lugares onde a Igreja ainda é perseguida) pela propagação do Evangelho genuíno de nosso Único Senhor e Salvador Jesus Cristo. Deus os abençoe!

24/02/2015

COMUNIDADE DE FÉ, COMUNIDADE DE MEMÓRIA

Salmo 81
Cantem de alegria a Deus, nossa força; aclamem o Deus de Jacó! Comecem o louvor, façam ressoar o tamborim, toquem a lira e a harpa melodiosa.
Toquem a trombeta na lua nova e no dia de lua cheia, dia da nossa festa; porque este é um decreto para Israel, uma ordenança do Deus de Jacó, que ele estabeleceu como estatuto para José, quando atacou o Egito. Ali ouvimos uma língua que não conhecíamos.
Ele diz: "Tirei o peso dos seus ombros; suas mãos ficaram livres dos cestos de cargas. Na sua aflição vocês clamaram e eu os livrei, do esconderijo dos trovões lhes respondi; eu os pus à prova nas águas de Meribá. (Pausa)
"Ouça, meu povo, as minhas advertências; se tão-somente você me escutasse, ó Israel! Não tenha deus estrangeiro no seu meio; não se incline perante nenhum deus estranho. Eu sou o Senhor, o seu Deus, que o tirei da terra do Egito. Abra a sua boca, e eu o alimentarei.
"Mas o meu povo não quis ouvir-me; Israel não quis obedecer-me.” Por isso os entreguei ao seu coração obstinado, para seguirem os seus próprios planos.
"Se o meu povo apenas me ouvisse, se Israel seguisse os meus caminhos, com rapidez eu subjugaria os seus inimigos e voltaria a minha mão contra os seus adversários! Os que odeiam o Senhor se renderiam diante dele, e receberiam um castigo perpétuo. Mas eu sustentaria Israel com o melhor trigo, e com o mel da rocha eu o satisfaria".
Comunidade de Fé, Comunidade de Memória

Vamos pensar na Comunidade de Fé através deste Salmo 81. Muito provavelmente a festa que o salmista se refere no Salmo é a “Festa das Cabanas” (ou dos Tabernáculos/ das Tendas) que relembrava o cuidado de Deus pelo seu povo durante a peregrinação no deserto (Levítico 23,43). Servia de festa de ação de graças pela colheita (Levítico 23,39-40; Deuteronômio 16, 13-15) e marcava a conclusão do calendário anual de festas religiosas que começava com a Comemoração da Páscoa e os Pães sem fermento 6 meses antes (Êxodo 23,14-17; Levítico 23; Deuteronômio 16,16). O primeiro dia deste mês, que começa com a Lua Nova, era comemorado com trombetas e, posteriormente, veio a ser conhecida como o Ano Novo, visto que este mês marcava o fim da colheita e o início da estação de chuvas quando um novo ciclo de plantio se iniciava.
        Esta festa tinha grande importância: “que os descendentes de vocês saibam que eu [Deus] fiz os israelitas morarem em tendas quando os tirei da terra do Egito. Eu sou o Senhor, o Deus de vocês” (Levítico 23,43). Nela, de 7 em 7 anos a Lei era lida diante de toda a nação para o povo “aprender a temer o Senhor, o seu Deus, enquanto vocês viverem na terra da qual tomarão posse quando atravessarem o Jordão” (Deuteronômio 31,9-13) e isto é percebido nos versos 8-10. Devemos salientar que o povo não cumpriu de maneira correta estas orientações. Como relata o Livro de Neemias, o povo comemorou esta festa de maneira correta somente nos tempos de Josué, filho de Num, que substituiu Moisés na liderança do povo; é somente após o retorno do exílio (estamos falando de mais ou menos 960 anos) que o povo, após estudo apurado da Palavra de Deus (Neemias 8,2-3.8-9.13-14.17-18), volta a celebrar esta festa de maneira correta: “Todos os que tinham voltado do exílio construíram tendas e moraram nelas. Desde os dias de Josué, filho de Num, até aquele dia, os israelitas não tinham celebrado a festa dessa maneira. E a alegria deles foi muito grande.” (Neemias 8,17).
        A comunidade de Jesus de Nazaré também é uma comunidade de Memória. “Façam isto em memória de mim” (Lucas 22,19c), disse nosso Mestre por ocasião da instituição da Ceia. Uma das principais imagens do Novo Testamento que ilustra a vida nova que o Reino de Deus anuncia é a mesa para qual o Senhor Jesus convida todos os seus discípulos. A vida comunitária cristã encontra na mesa da refeição seus momentos mais expressivos. Um convite para se sentar à mesa de alguém é um convite à intimidade com o anfitrião e demais convidados à mesa. Intimidade com Jesus e uns com os outros. Por isso não podemos reduzir a vida cristã a um conjunto de práticas devocionais, preceitos morais ou regras doutrinárias. Mas, além disto, a vida cristã também é, nos relacionamentos que temos com nossos irmãos que se sentam conosco à mesa, aquilo que nos move quando o fracasso nos paralisa pelo encorajamento mútuo Hebreus 3,12-14; fôlego que anima a existência pelo repeito mútuo (Hebreus 10,24; Filipenses 2,3) que nos tira de uma condição autocentrada, para valorizar o nosso irmão.

Não sejamos negligentes em cumprir esta ordem de Jesus tal como o povo de Israel foi em relação a comemoração da “Festa dos Tabernáculos” a ponto de ficar fechado às Suas bênçãos (versos 10-16). Somos convidados constantemente a lembrar da mesa do Senhor e nos assentar nela com nossos irmãos a fim de saborearmos a graça, o amor, a compaixão, a misericórdia, a solidariedade, a igualdade, a fraternidade, a dignidade... que Jesus nos concede fazendo de todos nós irmãos.
Mantenhamos firme esta memória. O preço foi alto, o preço foi de sangue e este é o projeto de Deus para homem. 

16/02/2015

O SEGUIMENTO DO CAMINHO

“Respondeu Jesus: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, a não ser por mim".” Evangelho de João 14:6
De acordo com o Livro de Atos dos Apóstolos, o seguimento de Jesus de Nazaré foi conhecido como o seguimento do “Caminho” (At 9,2; 19,9.23; 22,4; 24,14.22), foi desta maneira que o grupo de discípulos se auto nominavam. Poderia ser os “da Verdade”, ou “da Vida” tal como as identificações que Jesus faz de si, mas a opção foi pela adoção da primeira identificação e assim ficaram conhecidos “os do Caminho” causando “grande alvoroço” (At 19,23 ARA) e transformações na sociedade. Esta adoção se dá pelo fato de está mais próxima da maneira como Jesus desenvolveu o seu ministério, ele foi pelas ruas, pelas praças, “pelas cidades e povoados proclamando as boas novas do Reino de Deus. Os Doze estavam com ele” (Lucas 8,1).
O seguimento de Jesus é uma categoria que pode ajudar cristãos homens e mulheres e igrejas a superar certa vivência eclesial e um espiritualismo marcado por intenso individualismo e crescente mercantilismo. O ministério de Jesus foi caracterizado por um “estar com o povo”. Estar com pessoas significa oferecer algo de si, mas também trazer consigo algo do outro e Jesus, quando escolhe livremente habitar em meio a realidade humana, decide também experimentar plenamente essa realidade não fugindo das realidades mais duras e tristes do seu tempo.

Assim, em seu exemplo, Jesus propõe aos seus discípulos e discípulas uma “maneira de ser no mundo” que tem por característica traços de relacionamento, de troca mútua, de mútuo enriquecimento que nasce do convívio sincero e fraterno. Essa proposta foi bem assimilada pelos apóstolos que também saíram ao encontro “das gentes” com autoridade e poder para pregar o Reino de Deus e manifestá-lo na vida das pessoas (Lucas 9,1-2).
Somos chamados para ir fazer discípulos. Para ir ao encontro do outro. Logo, a nossa espiritualidade deve extrapolar o paradigma Culto-Templo-Clero-Domingo, dado que Culto não é só o que fazemos aos Domingos e Quartas-feiras, mas é a nossa vida; Templo não são mais pedras e tijolos que constituem um edifício, mas o nosso corpo (1 Co 6,19); Clero não é mais um grupo especial, mas somos uma “nação de sacerdotes” (1 Pe 2,9); e Domingo, do latim dies Dominicus (dia do Senhor), não é o único dia em que se deve viver o cristianismo, mas é tão somente o dia em que celebramos, juntamente com todos os irmãos de nossa Comunidade de Fé, ao nosso Deus, pois dia do Senhor é todo o dia.
Nossa espiritualidade deve ser assinalada pela vivência de uma vida inteira conduzida pela presença renovadora do Espírito e não por um espiritualismo reduzido as dimensões intimistas de um indivíduo em fuga da vida concreta e do encontro com o outro. Assim, o seguimento de Jesus é uma experiência do caminho e no caminho, dado que se faz de gente dentro de suas interações e realidades concretas que vão sendo chamadas por Jesus e têm seu aprendizado retirado de um caminhar a vida com Jesus – o Caminho.

Abração!
Pr. Pedro Barbuto
Pastoral para o Boletim da Primeira Igreja Batista em Vila da Penha em 08/Fevereiro/2015.


13/02/2015

LEVÍTICOS

Toda a citação bíblica feita assim: "XX,XX" refere-se ao próprio Livro abordado.
A palavra de ordem neste livro é SANTIDADE. “Sejam santos, porque eu sou santo” (11,44), a palavra santo aparece mais vezes aqui do que em qualquer outro livro – Israel deve ser totalmente consagrado a Deus e isto abrange todos os aspectos da sua vida, fazendo que com esta tivesse em seu cotidiano certo traço cerimonial. Santidade e pureza são expressas pela perfeição dos animais que eram usados para o sacrifício (1,3;10) e até pelo asseio e higiene, que passa pela observação do mofo numa casa (14,33ss). Isto é muito interessante porque gera no povo uma ideia de realmente não se contaminar seja espiritualmente ou fisicamente o que tem efeitos positivos. Na Idade Média, por exemplo, por ocasião da Peste Negra, que por muitos era atribuída aos judeus (numa postura antissemita); entretanto, sua incidência era bem menor entre os judeus. Hoje, porém, se sabe que isto se deve aos costumes de higiene difundidos entre eles em virtude de orientação como as encontradas em Levíticos. Este texto é imprescindível a esta comunidade que precisa de regras para adorar, para ofertar, para se portar como povo de Deus.
Há apontamentos interessantes sobre o significado do sacrifício solene do Dia da Expiação (capítulo 16), com destaque a substituição (16,21). Apontamentos que nos direcionam para Cristo o “cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (Evangelho de João 1,29) e sua morte substitutiva (Profeta Isaías 53,7;10 – Evangelho de Mateus 27,12-14). Vamos agora para algumas perguntas e respostas que vão nos ajudar a fazer um “passeio de balão” pelo 3º Livro do Pentateuco:

11/02/2015

FOGO DE PALHA

Mensagem entregue a Primeira Igreja Batista em Vila da Penha em 08/Fevereiro/2015 - Celebração da Noite. Disponível em vídeo também.

1 Quando o Senhor trouxe os cativos de volta a Sião, foi como um sonho. 2 Então a nossa boca encheu-se de riso, e a nossa língua de cantos de alegria. Até nas outras nações se dizia: "O Senhor fez coisas grandiosas por este povo". 3 Sim, coisas grandiosas fez o Senhor por nós, por isso estamos alegres.
4 Senhor, restaura-nos, assim como enches o leito dos ribeiros no deserto.
5 Aqueles que semeiam com lágrimas, com cantos de alegria colherão. 6 Aquele que sai chorando enquanto lança a semente, voltará com cantos de alegria, trazendo os seus feixes. (Salmo 126)

O Salmo 126 é, por um punhado de biblistas, posicionado como um canto criado no tempo em que Israel volta do cativeiro da babilônia após a ascensão do Império Persa.
O clima é de grande alegria, após 70 anos vivendo em terra estrangeira, os judeus podem retornar a sua terra. O clima deste salmo é bem diferente do Salmo 137, 1 Junto aos rios da Babilônia nós nos sentamos e choramos com saudade de Sião. 2 Ali, nos salgueiros penduramos as nossas harpas; 3 ali os nossos captores pediam-nos canções, os nossos opressores exigiam canções alegres, dizendo: "Cantem para nós uma das canções de Sião! "
4 Como poderíamos cantar as canções do Senhor numa terra estrangeira? 5 Que a minha mão direita definhe, ó Jerusalém, se eu me esquecer de ti! 6 Que a língua se me grude ao céu da boca, se eu não me lembrar de ti, e não considerar Jerusalém a minha maior alegria!
Mas vamos recordar o que realmente aconteceu quando o povo retornou da Babilônia?

09/02/2015

IGREJA, A COMUNIDADE DE FÉ DE JESUS DE NAZARÉ

João 17, "20 Minha oração não é apenas por eles. Rogo também por aqueles que crerão em mim, por meio da mensagem deles, 21 para que todos sejam um, Pai, como tu estás em mim e eu em ti. Que eles também estejam em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste. 22 Dei-lhes a glória que me deste, para que eles sejam um, assim como nós somos um: 23 eu neles e tu em mim. Que eles sejam levados à plena unidade, para que o mundo saiba que tu me enviaste, e os amaste como igualmente me amaste.”
            Este trecho da denominada “oração sacerdotal de Jesus” é de arrepiar; é de se emocionar se pensarmos que temos aqui o nosso mestre Jesus orando pela unidade, comunhão e fraternidade da PIBVP. Sim, é isto mesmo, da PIBVP, de nós que estamos aqui em Igreja. Jesus roga: “também por aqueles que crerão em mim, por meio da mensagem deles”.
            Neste ano de 2015, iniciamos na Escola Bíblica Dominical o estudo “A Vida na Comunidade da Fé” que está fundamentado no livro de Salmos e nas cartas de Paulo aos irmãos de Corinto. Cada vez que você for ao texto bíblico da lição e ao próprio estudo da mesma, vá com a seguinte questão na cabeça: “Qual aplicação eu posso extrair daqui para a vida em igreja, para vida na comunidade da fé?”.

            A Igreja tem esta vocação de ser constituída de gente que gosta de gente e que cuida de gente. Gente que ama/serve ao próximo como a si mesmo tal como sua Cabeça (Jesus) orienta em Lucas 10,25-28. Cristianismo, sem comunidade, pode até ser entendido como uma filosofia de vida. Mas, no projeto de Deus, a vida comunitária é fundamental!
            A comunidade de Jesus, a partir da “Lei Regia” (Tiago 2,8), é a comunidade do “uns com os outros”, “uns dos outros”, “uns pelos outros”. E a chave para a vivência e prática desta vocação encontra-se nos “relacionamentos” que devemos cativar. Para construirmos relacionamentos de maneira relevante precisamos que cada um se esforce em ser um verdadeiro “seguidor do Caminho” (At 24,14) e, assim, seremos uma comunidade que extrapola o paradigma “culto-clero-Domingo-templo”, mas falaremos com mais detalhes disto na semana que vem. Até lá! ;)
Abração, e que Deus nos abençoe!

Pr. Pedro Barbuto
Pastoral para o Boletim da Primeira Igreja Batista em Vila da Penha em 01/Fevereiro/2015

29/01/2015

CBB 2015 - Gramado Promete

Após discussão acalorada sobre a ordenação feminina em 2014, a OPBB seção Paulista trará a discussão sobre a forma de batismo para a sessão da OPBB Nacional em virtude da crise no abastecimento de água.

Pastores da OPBB seção Paulista estão convencidos que o batismo por aspersão deve ser aceito a partir de agora em todas as igrejas Batistas por consciência ecológica.  Contudo, alas mais conservadoras de Estados não afetados pela crise de abastecimento de água, sugerem que os colegas paulistanos criem soluções criativas como batismo no Rio Tietê. OPBB seção carioca teme que, em caso de negativa a proposta paulistana, tenha que realizar batismos na Baía de Guanabara. Pastor da Associação Leopoldinense declara que vem estudando a possibilidade de realizar o ato no valão da Av Oliveira Belo, porém, aponta que, se o nível do rio continuar baixando, terá que procurar outras localidades.

Até que tudo seja discutido, alunos da classe de novos convertidos estão sendo orientados a levarem pomadas para micoses e toalhas descartáveis caso situação não seja alterada.

#HumorVerdade #NotíciaIsentaDeVerdade

17/01/2015

ÊXODO - Parte 2

A História continua...
Com a entrada do pecado no mundo o ser humano gera uma das piores expressões de sua queda: a opressão da escravidão. A escravidão é um projeto de morte. O povo de Israel cresce, torna-se numeroso, o que gera medo de uma insurreição, logo a solução dos egípcios é simples – oprimir para conter a vida (1,09-11;15;22). Contudo, o opressor não consegue fazer com a vida sucumbisse e, através de mulheres valorosas, uma expressão da vida entra na casa do opressor (2,10). Isto ocorre porque, na contrapartida do projeto de morte pela opressão, há o projeto de Deus pela libertação. Deus, o grande Eu Sou (3,14), ouve o clamor do seu povo e responde saindo ao seu encontro. Fracassada a possibilidade legal e diplomática de uma saída em paz, Deus se utiliza da força para resgatar seu povo (6,1). Assim, o opressor é desmascarado em seus artifícios (8,14-15a; 9,11), ele até reconhece o poder de Deus (8,24-25), mas apela para violência (10,28) o que não adianta, pois a vitória final é dada por Deus ao seu povo (12,29-36). Deus estava se fazendo conhecer melhor não somente para o seu povo, mas para além dele e se utiliza de sinais miraculosos tanto para os de fora (10 pragas) como para o seu povo (travessia do Mar Vermelho, maná do céu, dentre muitos outros). Liberdade é diferente de libertinagem, por isso Deus estabelece as bases e as regras para esta nova nação (caps. 19ss) e lhes dá uma constituição (20,3-17). Interessante o cuidado em defender os pobres (22,20-26), da prática da injustiça (23,1-9).

·         Não podemos considerar a Lei como sendo algo que diz o que se pode o que não se pode fazer. Trata-la assim, nos levará a um legalismo sem vida. Para se pensar sobre a Lei pensamos em Deus - ele é criador de todas as coisas, logo ele sabe como tudo funciona, ele sabe como manter a ordem e a justiça. A Lei, então, procura ser este guia para ensinar a humanidade a ter discernimento, dando a nós uma orientação para a manutenção vida, da paz, da alegria, tornando-nos sábios (Salmos 19,11ss). Assim, a Lei é fundamental para que se tenha ordem, justiça e progresso em qualquer povo. Selecionamos algumas leis (fora “dos 10”) encontradas no Êxodo que nos têm uma utilidade bem prática para nossos dias:
  • Preceitos jurídicos acerca da proteção dos fracos (22,21-24) – interessante entender a fundamentação “pois vocês foram estrangeiros no Egito” (v.21). Observe que o comportamento social exigido não é justificado pela ideia de humanitarismo, mas pela lembrança da história de opressão vivida por Israel. Essa fundamentação se repete várias vezes no direito veterotestamentário (23,9; Lv 19,34; Dt 10,19);
  • “Amor ao inimigo” (23,4-5) – Bom, no mínimo, dado a presença de animais nos exemplos, tem-se a instrução de não deixar que inimizades comprometam o cuidado que se tem que ter com outros seres vivos. Mas o que temos de mais interessante é a conduta de honestidade e de cuidado cobradas em relação aos pertences de um inimigo. Essa passagem nos remete a Rm 12,1 “Não se deixem vencer pelo mal, mas vençam o mal com o bem”.
  • Direito dos animais (23,12; outras expressões em Dt 22,6; 25,4) – Sim, Deus se preocupa com o boi! O direito aqui proíbe explorar sem escrúpulos o animal que trabalha para o ser humano, ele tem que receber um tratamento adequado e digno pelo seu trabalho. Paulo, em 1Co 9,9 e ITm 5,18, remove a literalidade deste texto aplicando-o para o direito do trabalhador ao seu salário. Ok, está certo o Apóstolo; mas até que essa discussão em torno do direito dos animais hoje é bem “aquecida”.
  • Determinações legais para a preservação de processos justos (23,1-3.6-9) – Constatamos a importância do processo jurídico no Antigo Israel nesses parágrafos dedicados ao tema. Este texto é normalmente denominado como “espelhos dos juízes”, fornecendo normas de conduta. O acento pela justiça é notável; não se deve favorecer uma pessoa, mesmo que ela esteja numa condição inferior (v.3) nem limitar o seu direito (v.6), o que em geral representa um perigo maior. No verso 8 há uma critica de um câncer bem conhecido de nós brasileiros – a corrupção, inclusive no meio jurídico.


Estes são apenas exemplos de como o texto é relevante para discussões e debates atuais em nossa sociedade.

ESPELHO, ESPELHO NOSSO

Para entender este post leia a resportagem do Yahoo Noticias clicando aqui. Reportagem do Yahoo Noticias trás a informação de mais um novo partido político criado pelos dissidentes do partido "Rede Sustentabilidade" (que ainda nem saiu do papel) após Marina Silva apoiar no segundo turno das eleições o candidato Aécio Neves.

       A reportagem acima fala da criação de mais um partido político no Brasil com o nome provisório de "Avante". O Rede Sustentabilidade nem mesmo foi criado e já sofreu divisão depois de Marina Silva declarar apoio a Aécio Neves nas últimas eleições presidenciais. Bom, permita-me não comentar este apoio aqui neste post. Vamos em frente...
Vamos considerar que estamos diante de pessoas com boas intenções. A política no Brasil tá parecendo uma outra coisa que conheço aqui no Brasil (e tenho pra mim que não é só no Brasil não, mas viu me ater aqui).  Acontece que quando alguém pensa um pouquinho diferente acerca de um ponto doutrinal, ops (corrigindo), ponto de vista já cria uma nova denominação, ops (desculpa novamente), partido político a sua imagem e semelhança. Hum... nem sei se a premissa da primeira frase desteparágrafo é necessária...

    Bom,  mais um partido político com discurso de honestidade, sustentabilidade, responsabilidade e diálogo aberto (até que alguém comece a pensar diferente) será criado.